domingo, 27 de junho de 2010

Escritores da Liberdade


O filme Escritores da Liberdade acontece numa escola de Long Beach onde professora sra. Gruwell se depara com um contexto difícil. A professora tem como desafio lecionar aulas para uma turma problemática, onde muitos alunos fazem parte de um chamado "Programa de Integração".
Na escola a professora se depara com muitas dificuldades. De um lado adolescentes traumatizados por uma realidade social conturbada que vivem em Long Beach e de outro lado a educação que não sabe como lidar com esses problemas.
Os alunos vivem uma situação difícil, falam de questões do quanto o que importa em Long Beach é a aparência, se é latino, asiático ou negro. Eles lutam por causa da raça, orgulho e respeito. Lutam por território, o que chamam de América deles. Se dizem soldados, não da guerra, mas das ruas. Eles lutam por suas vidas. Na verdade vivem uma guerra não declarada.
A escola por sua vez tem como objetivo apenas institucionalizar os adolescentes, se utiliza do "sistema educacional" como uma forma de controle social, como cita Brach quando se refere na educação através do esporte para quem "a educação aqui significa levar o indivíduo a internalizar valores, normas de comportamento, que lhe possibilitarão se adaptar à sociedade capitalista. Em suma, é uma educação que leva ao acomodamento e não ao questionamento."
Assim, a sra. Gruwell, por um lado tenta despertar o interesse dos alunos e de outro lado lida com as dificuldades de interesse e investimentos na educação por parte da escola. Com determinação, a sra. Gruwell tenta conhecer melhor os alunos e que conheçam uns aos outros para perceberem que estão na mesma situação.
A professora que acredita na educação como sendo transformadora, diferentemente da escola, que subestima a inteligência e a capacidade dos alunos, trabalha com a intenção que os alunos encontrem novas fronteiras e expandam seus horizontes para que haja a mudança. Ela utiliza como ferramentas de trabalho materiais que chamam a atenção dos alunos, ela os dá liberdade e questiona a escola e o "sistema educacional", por isso faz a diferença.
O filme é baseado na estória real do "Diário dos escritores da liberdade" e para nós que vamos trabalhar com a educação é importante para percebermos que teremos dificuldades para lidar com alunos em situações psico-sociais complexas e dificuldades com um "sistema educacional" muitas vezes deficiente, mas também para percebermos que a educação tem grande poder de transformar as pessoas em melhores aprendizes, pensadores e professores.

Fica a Dica: Assista este filme, é fantástico.

domingo, 13 de junho de 2010

Avaliação final 1º Semestre

Na segunda avaliação do semestre tivemos como desafio escolher uma obra de arte e relaciona-la com as temáticas trabalhadas em sala de aula. Escolhi esta obra do artista Naif Josinaldo de tema "Povoado ribeirinha Rio São Francisco" pelo fato de que estão presentes muitas das manifestações trabalhadas. O primeiro fato que me chamou a atenção é o prazer que a obra me proporciona ao admira-la, porque ela me transmite a ludicidade em todos os aspectos, como cita Marcelino para quem "o lúdico não é em si mesmo ou de forma isolada em essa ou aquela atividade (brinquedo, festa, jogo e brincadeira) mas como componente da cultura". Nesta imagem é perceptível que todos os personagens se encontram numa dimensão lúdica quase que completa. No jogo das crianças com o cachorrinho e dos meninos correndo na frente é a forma mais explícita, já os trabalhadores também nos remete o lúdico de uma forma mais implícita, o trabalho era de certa forma mais livre do que nos dias de hoje, onde naquela época as pessoas trabalhavam para viver e não viviam para trabalhar como nos dias de hoje, esse fato nos mostra que o trabalho poderia ser considerado muito mais lúdico do que é hoje. Na imagem até o trabalho pode ser visto como uma forma de jogo que, para Huizinga (1980) "o jogo é uma atividade ou ocupação voluntária, exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e de espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e de alegria e de uma consciência de ser diferente da vida quotidiana". Essas características entre outras como o fato do quanto o jogo é sério, com a idéia de isolamento e limitação, me fez perceber que o trabalho é uma forma de jogo. Jogo este que pode ser classificado como cooperativo, já que se faz necessária a participação de todos em busca do mesmo objetivo. Até mesmo este fato de se considerar o trabalho como um jogo, se comparado aos dias de hoje nos grandes centros urbanos, ele seria considerado muito mais um jogo competitivo do que cooperativo, já que vivemos uma situação onde o capitalismo manipula cada vez mais a sociedade. Já o menino com o berimbau me faz pensar em diversas manifestações, talvez pelo fato de ligarmos o berimbau com a capoeira e suas manifestações, como a dança que é uma forma de expressão da cultura corporal e que segundo Darido "a dança possibilita a exploração da criatividade através da descoberta e da busca de novas formas de movimento", que já traz também a idéia de ginástica que esta presente em quase todas as manifestações da cultura corporal de movimento, quando as pessoas pulam, saltam e etc. Outra manifestação ligada a capoeira e ao menino com o berimbau também é o jogo onde parece que ele e os outros meninos são impulsionados pela motivação lúdica a jogar capoeira, onde reside, como cita Huizinga "(...) a intensidade, o poder de fascinação, a fuga da vida "real". Assim esses meninos também podem ver a capoeira como luta, onde segundo os PCNS (Brasil, 1998) "As lutas são disputas em que o oponente deve ser subjulgado, através de técnicas e estratégias de desequilíbrio, contusão, imobilização, ou exclusão de um determinado espaço na combinação de ações de ataque e defesa." Assim, a arte da capoeira tem essa possibilidade de ser dança, jogo, luta e esporte, basta a forma como ela é encarada. Outra forma de luta pode ser vista como uma luta pela sobrevivência, onde o trabalho é a forma de ataque em defesa da sobrevivência, a busca por uma boa safra, as condições de caça, podem ser encarados com batalhas constantes nesta luta. Outro fato é o quanto a obra me transmite a idéia de lazer como cita Dumazedier, para quem "o lazer é um conjuto de ocupações às quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se ou ainda, para desenvolver sua informação ou formação desisteressada, sua participação social voluntária ou sua livre capacidade criadora." Todas essas questões citadas por Dumazedier são possíveis na imagem onde apresenta muitas alternativas de ações e participações. Assim, o corpo é um meio pelo qual, através do movimento se transmite cultura. E este movimento que é tema da Educação Física se manifesta através da dança, da luta, do jogo, do esporte e da ginástica. Dessa forma a cultura pode significa toda a produção humana. O termo cultura corporal tem a intenção de reduzir esse campo à produção humana vinculada às práticas corporais e suas representações simbólicas. A expressão cultura corporal de movimento permite ampliar o campo de análise a todas as práticas relacionadas ao movimento e suas representações. Dessa forma, o nosso curso que segue o construtivismo, onde segundo Piaget "a intenção no construtivismo é a construção do conhecimento a partir da interação do sujeito com o mundo, além do ensinar e aprender", percebi que o conhecimento construído durante o semestre, onde consideramos também o conhecimento que já possíamos, se fez presente a partir dessa interação com o mundo, numa dinâmica onde tudo se relaciona o tempo inteiro, assim, toda essa bagagem adquirida nos possibilita ter um novo olhar em relação ao mundo, onde as relações se fazem.
Bibliografia
Darido, Suraya Cristina; Rangel, Irena Conceição: Implicações para prática pedagógica, Rio de Janeiro, edt. Guanabara Koogan, 2005.
Huizinga, Johan: Homo Ludens, 5° edição, 1° reimpressão, editora Perspectiva, São Paulo, 2004
Daolio, Jocimar: Da cultura do corpo, 12º edição, editora Papirus, Campinas-SP, 2007
Marcellino, Nelson Carvalho: Estudos do Lazer - Uma introdução, editora Autores Associados, 2006

A vida é bela - Um belo Jogo

Apartir da leitura de Huizinga em Homo Ludens pude fazer uma relação com o filme "A vida é Bela". Este filme conta a história de um judeu que foi capturado com sua esposa e filho e ficaram presos num campo de concentração durante o nazismo. Guido, o pai, cria um jogo para o filho Josué, ele possibilita a seu filho viver não a guerra, mas um jogo, no qual o prêmio é um tanque de guerra. Como na cena abaixo:





Como cita Huizinga, para quem "o jogo é uma atividade ou ocupação voluntária, exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e de espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e de alegria e de uma consciência de ser diferente da "vida quotidiana".

Todas essas características citadas por Huizinga podem ser vistas o tempo todo no filme. Outra cena incrível é quando josué quer ir embora, quando ele percebe que "pode" ir, se quiser, percebe que é livre, que é jogo, se não fosse livre não seria jogo, não seria lúdico. Assim o jogo com seu poder de "fuga do mundo real" permitiu a Josué não viver a realidade da guerra.

Fica a dica: Se você ainda não viu este filme vale a pena ver, se já viu vale a pena ver de novo. É um filme incrível!!!

Visita ao Museu do Futebol


"A criança se educa, vivendo", dizia o educador brasileiro Anísio Teixeira. Eu completaria essa frase ampliando aos adultos também. No nosso curso percebemos o quanto a vivência é importante, levar o aprendizado do curso para além da sala de aula e trazer o mundo para dentro dela, assim as relações se fazem, e entender o todo fica mais fácil. Assim fomos ao Museu do Futebol localizado no Estádio do Pacaembu como o objetivo de relacionarmos o museu com as temáticas trabalhadas em sala de aula.
À partir desta visita ficou claro a mudança na forma de perceber o mundo no geral desde o início das aulas. Assim como na imagem do galo, que trabalhamos em sala de aula com o professor Mauricio, pude perceber que, não só poderia olhar da janela, mas que também poderia ter uma visão global daquele universo que estava na minha frente, desta forma pude perceber não só o futebol em si, mas a cultura, a vivência, a tecnologia, o lúdico e etc.
Ao perceber que a história do nosso país se entrelaça com a história e a evolução do futebol, ficou claro que as práticas Eugenistas no início do esporte e importantes lições que sua prática trouxe para o nosso país, quando o futebol passou a não discriminar, juntando brancos, negros e mestiços, elite senhorial e povo humilde. O reação militarista, e assim em épocas tão difíceis a descoberta do lúdico, a necessidade da liberdade, do prazer, do divertimento, mesmo que por um tempo determinado, até o futebol esporte de rendimento e os grandes sucessos nas copas de 58 e 62, trazendo consigo uma visão tecnicista, que tinha como objetivo formar atletas.
Como vimos no decorrer destes anos a partir da influência do esporte o mundo começou a mudar, o esporte com seu poder de aproximar quebrou tabus e sua prática passa a influenciar a educação e vice versa. A tecnologia passou a espalhar cultura. A Era do Rádio ampliou o interesse pelo esporte e pela música popular. O futebol foi o primeiro instrumento de comunicação universal. Ficou evidente o quanto o esporte estimulou a ciência e a tecnologia.
Os grandes momentos da história estão ligados a importantes acontecimentos no esporte, dessa forma se o Brasil é assim hoje muito se deve ao futebol.

Fica a dica: Visite o Museu do Futebol e mergulhe neste mundo visto de uma nova maneira.
Para saber mais: www.museudofutebol.org.br

Adaptação ao meio líquido e Iniciação a Natação

A nossa aula no dia 19 de Março na piscina com o professor David onde tivemos adaptação ao meio líquido e iniciação a natação foi muito interessante. Eu particularmente gosto muito de natação, fiz aulas quando era menor e pretendo trabalhar na área e nesta aula foi interessante o fato de como o professor conduziu a aula, e a visão que eu tive não foi de discente, mas sim de docente, me liguei bastante na postura do professor e como a aula foi conduzida. Apesar de uma unica aula, foi uma experiência bastante enriquecedora, que será valiosa num futuro próximo.

Educação Física é Ciência? O que é Ciência?


Com o objetivo de entender o que é ciência o meu grupo foi buscar o início do processo até chegar na ciência. Assim, nos deparamos com o mito como o ponto de partida.

O Mito ---

Um mito é uma narrativa sobre a origem de alguma coisa, pronunciado para ouvintes que recebem a narrativa como verdadeira.

O Mito --- A Filosofia ---

A filosofia é o amor e o respeito pelo saber, onde há a disposição interior de que estima este saber. Sócrates é considerado o patrono da filosofia. Ele jamais se contentou com as opiniões estabelecidas, com preconceitos e crenças inquestionadas. Ele dizia que era instigado por um espírito que o fazia desconfiar e procurar a verdade em todas as coisas. Ele questionava as pessoas de forma que as faziam chagar a conclusão que elas realmente não sabiam de nada.

Trabalhamos com O Mito da Caverna, conforme o vídeo a seguir:



No mito da caverna quando o homem entra na caverna e começa a questionar os "homens da caverna" ele faz o papel do filósofo. Relacionamos também com o filme Matrix, na famosa cena quando Morpheus fala para Neo que aquele mundo não é real e lhe dá a possibilidade de escolher entre tomar a pílula azul ou a vermelha. Tomando a azul, Neo voltará a sua vida ilusória. Tomando a vermelha, conhecerá a verdade que esta por trás do que julga ser real, a dicotomia do mundo ilusório e do mundo real. Neo foi impelido por Morpheus.


O Mito --- A Filosofia --- A Ciência

A ciência desconfia da veracidade de nossas certezas, de nossa adesão imediata às coisas, da ausência de crítica e de falta de curiosidade. A ciência surgiu da necessidade de comprovar as questões da filosofia. A ciência é um estudo aprofundado de algo, saber tudo sobre o objeto de estudo, argumentos baseados em estudos, pesquisas para comprovar ou registrar a verdade.

O verdadeiro significado da ciência, que a distingue de toda outra forma de nossa atividade civilizada.

Onde vemos:
  • Coisas
  • fatos
  • Acontecimentos
A ciência vê:
  • Problemas
  • Obstáculos
Que precisam ser:
  • Explicados
  • Afastados
MITO --- FILOSOFIA --- CIÊNCIA

Dessa forma mito, filosofia e ciência estão numa relação dinâmica a todo tempo.
Assim, entendemos a ciência e concluímos que a Educação Física se usa de outras ciências, de métodos científicos, mas em si não é ciência. Já Manoel Sergio considera a Educação Física através da Motricidade Humana como ciência.

Esporte e Esporte em forma de jogo

Com o objetivo de identificar diferenças e semelhanças entre o esporte e o mesmo em forma de jogo, tivemos como tarefa filmar as duas manifestações e assim provar o porque que é esporte e o porque que é jogo. Escolhemos o vôlei e algumas diferenças e semelhanças ficaram evidentes como menciona Feio (1978) no momento que menciona que "o esporte e o jogo têm em comum elementos essenciais: Liberdade, prazer e regras, mas esses elementos se diferenciam numa e noutra atividade: A liberdade e a gratuidade são inerentes ao jogo, no esporte não se exclui a importância dada aos resultados, o que se faz é tão importante quanto a livre escolha que se fez; No jogo, o prazer é processado imediata e unicamente pela motivação lúdica, o esporte integra, em grande proporção, o gosto pelo esforço, o confronto com o perigo e os desafios do treinamento; As regras no jogo conferem ao indivíduo o máximo de liberdade de continuar ou não a prática, as regras do esporte apresentam-se restritivas, imperiosas, minuciosas e coerentes como o objetivo que se deseja alcançar."

O Esporte em forma de jogo


Quando Huizinga menciona que "a intensidade do jogo e seu poder de fascinação não podem ser explicados por análises biológicas. E, contudo, é nessa intensidade, nessa fascinação, nessa capacidade de excitar que reside a própria essência e a característica primordial do jogo." e ao sentir o jogo de fato essa intensidade se faz verdadeira. Assim, o jogo é mais informal, mas muito sério para quem joga, não necessita de grande organização e o objetivo principal é o divertimento, o prazer, a magia, a fuga do mundo real, enfim, o lúdico.

O Esporte

As questões citadas por Feio ficam explícitas na imagem, assim o esporte é caracterizado por sua formalização, a sua organização e seus objetivos. Outras questões como as que vimos na aula da professora Maria Helena no olhar crítico em relação ao esporte também ficam claras na imagem, relacionadas ao quanto o esporte influencia e é influenciado pela cultura, pela sociedade, pela mídia, pela indústria e pelo marketing.

Desta forma Esporte e Jogo são importantes para a sociedade pois agregam valores, educam, as vezes influenciam, socializam e promovem o prazer.

Falando um pouco sobre o corpo

A forma como o corpo foi visto e endendido durante a história influencia a nossa vida em todos os aspectos. Carregamos desde Platão a herança de uma visão dualista, onde ficamos habituados, e até condicionados, a pensar no corpo como sendo oposto a mente, distintos e hierarquizados, em que a mente é supeiror ao corpo.

Essa visão grega dual da realidade pode ser observada na obra abaixo chamada "Escola de Atenas" de Rafael Sanzio (1509-1510):


No centro estão representados Platão, a esquerda, de laranja, com a mão para cima, representando o "Mundo das Idéias" e Aristóteles, a direita, de azul, com a mão para baixo, representando o "Mundo da Razão".

Assim, Platão falava em unidade entre corpo e alma, porém nesta unidade estava presente a dualidade e a hierarquização. O homem no ideal platônico é a alma e não o ser humano em sua totalidade. Continuando nessa mesma linha de pensamento nos deparamos com René Descartes que encontrou subsídios no platonismo para afirmar que corpo é apenas uma matéria, um obstáculo que não pode compreender o mundo. O mundo somente seria alcamçado pelo intelecto. Sem a mente o homem não compreende o mundo. Assim, ficou evidente a semelhança do pensamento cartesiano com as reflexões de Platão.

Novo paradigma - O paradigma da totalidade

Apresenta-se um tipo de pensamento que não fragmenta a realidade. É o paradigma da totalidade. No antigo paradigma usava-se a metáfora do conhecimento com um edifício que ia sendo construído através de blocos de construção. Hoje usa-se a metáfora da teia. Na teia não há acima, não há abaixo, não há hierarquias, nem algo que seja mais fundamental. Neste novo conceito de teia tudo está interligado influenciando reciprocamente. Observador e observado constituem uma unidade.Assim o cartesianismo não só exerceu, como exerce até hoje uma grande influência no nosso modo de pensar. Esta miniatura medieval ilustra a ideologia das três ordens sociais (os que rezam, os que guerreiam, os que trabalham). Até nos dias de hoje podemos perceber a dualidade entre um que pensa e outro que executa, sendo aquele que "pensa" melhor remunerado e aquele que "executa" pior remunerado.






A escola é outro lugar onde a questão dual ainda aparece, onde dá mais valor aos conteúdos ligados à "mente" nas disposições cartesianas chamadas disciplinas como a matemática, a química, a física e etc. Já os conteúdos ligados ao "corpo" como na Educação Física, as artes e etc tem menos valor, que influencia na determinação dos tipos de conteúdos propostos, onde aqueles relativos a fato e conceitos, terem tido e ainda têm um presença desproporcional nas propostas currículares. Outra questão a ser pensada é a forma de ensino que é cartesiana onde existem as disciplinas fragmentadas, onde não se fazem relações.
De acordo com Zabala (1998) APUD Darido, há uma tentativa de ampliar o conceito de conteúdo e passar a referenciá-lo como tudo quanto se tem que aprender, que não apenas abrange as capacidade cognitivas, como inclui as demais capacidades.
O nosso curso na Unicid não se apresenta de forma fragmentada, percebemos que as relações se fazem a todo tempo. É um desafio para nós alunos trabalharmos com a idéia de totalidade porque ainda é algo novo para nós, estamos habituados a fragmentar o tempo inteiro, mas percebemos o quanto é deficiente uma educação que fragmenta porque ela reduz, limita e fica distante de um mundo real. Voltarei a tratar da educação de uma forma mais completa de uma próxima vez.
Assim, podemos perceber que mesmo com o paradigma da totalidade estamos muito condicionados ao modo cartesiano, a fragmentação porque o mundo se apresenta ainda dessa forma, mas que, entender essa dinâmica de eventos inter-relacionados nos fará mudar as atitudes para viver de fato a totalidade.

"A criança que pratica esporte respeita as regras do jogo... capitalista"

Este trabalho de Valter Bracht trata de questões interessantes em relação a Educação Física. Bracht acredita sim no quanto o esporte contribui no processo de socialização das crianças e adolescentes, como, aprendem que entre elas e o mundo existem "os outros", que para convivência social precisamos obedecer determinadas regras, ter determinado comportamento, conviver com vitórias e derrotas; aprendem a vencer através do esforço pessoal;
No entanto, a educação através do esporte leva o indivíduo a internalizar valores, normas de comportamento, que o possibilitarão se adaptar à sociedade capitalista. Uma educação que leva ao acomodamento e não ao questionamento.
Fica evidente que o esporte realmente educa, mas uma educação que muito se aproxima do militarismo, uma forma de controle social. Meio século depois e a situação pouco mudou em relação a educação. Assim, cabe a nós futuros profissionais de Educação Física contribuirmos para uma transformação social em busca de uma sociedade mais livre e justa. Tarefa que já neste primeiro semestre nos mostrou que não será fácil, já que estamos muito condicionados ao não-questionamento, precisamos primeiro mudar a nossa atitude quebrando esse paradigma, e assim, incentivarmos as pessoas que nos rodeiam.